O pedido de recuperação judicial da Odebrecht terá também um forte impacto nos credores que subscreveram obrigações emitidas por entidades com sede nas Bahamas e nas Ilhas Cayman, que tinham como objeto dívida garantida pela construtora do grupo, os quais não constam ainda da lista de créditos submetida ao Tribunal de São Paulo.
“Estou a ver um filme semelhante ao que aconteceu com a [antiga] PT. Irá acontecer o mesmo com os obrigacionistas da Odebrecht”, comentou, ao Negócios, Ricardo Candeias, da Candeias e Associados, escritório de advogados que representa muitos dos chamados lesados de empresas como a PT, o BES e o Banif.
Candeias revelou que esta sociedade de advogados foi já contactada “por uma dezena de investidores portugueses” em obrigações da Odebrecht, que se manifestaram “profundamente preocupados com o destino das suas aplicações”. Questionado sobre os valores em causa, o causídico adiantou que, “o investimento de cada um que nos contactou ronda, em média, cerca de 200 mil dólares” (mais de 178 mil euros).
A preocupação dos putativos lesados portugueses da Odebrecht começou, logo à partida, por os nomes dos obrigacionistas não constarem da lista de credores que foi anexado ao processo de recuperação judicial do grupo brasileiro. Estes investidores, aconselha Candeias, “devem preparar-se para reclamar os seus créditos no Tribunal do Estado de São Paulo e exercer os seus direitos junto, também, dos intermediários financeiros que lhes venderam as obrigações que foram emitidas pela Odebrecht”.
De resto, o causídico não alimenta ilusões: “Estão preocupados porque vão ter aqui perdas consideráveis”, sentenciou, afirmando que, “vamos assistir, com a toda a certeza, a um “default’, nas próximas duas a três semanas”.
De resto, concluiu Candeias, “a crise que assola a Odebrecht vem juntar-se a um período negro da história dos obrigacionistas portugueses e dos PALOP, devido à situação que resultou da PT/Oi, BES e Banif, entre outras”.
“Estou a ver um filme semelhante ao que aconteceu com a [antiga] PT. Irá acontecer o mesmo com os obrigacionistas da Odebrecht. Vão ter aqui perdas consideráveis. RICARDO CANDEIAS Advogado e sócio da Candeias & Associados
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Fonte: Jornal de Negócios 19 Jun 2019
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